Lembro-me do meu primeiro emprego. A chefia tinha como atribuição fiscalizar e contabilizar desde as métricas da equipe, passando pela quantidade de cafés tomados até o número de vezes que os funcionários iam ao banheiro. Sentiamos acuados o tempo todo. E, se você imagina que estamos falando de 1980 e alguma coisa, quero deixar claro que este fato acontecia no final dos anos 2000.
Fique tranquilo! Este não é um texto que advoga em favor de uma cultura de empresa que pareça um playground para jovens adultos. Afinal, esta é uma bizarra criação - para não chamar de alucinação - feita por uma geração que escolheu adotar bordões feitos e acredita que trabalhar em empresas moderninhas no modelo Google é a única maneira de trazer significado para o que fazem.
Entendo, e já disse muitas vezes aqui, sobre a importância das empresas proporcionarem a melhor condição possível a quem passa mais tempo no ambiente de trabalho do que em casa. Já tivemos vários indícios de que a produtividade está diretamente ligada a o quanto alguém sente-se parte e realiza algo.
Eu falo da ideia enganosa de que simplesmente transformando o ambiente de trabalho em um playcenter tornará automaticamente o rendimento maior com funcionários mais eficientes. O sucesso é um conjunto de culturas.
Não quero dizer que a organização com a mentalidade mais aberta seja "mais ou menos empresa" que as demais, elas apenas acertaram estrategicamente por implantar uma nova cultura que a geração dos seus funcionários absorve bem. Ponto.
A questão é que, no final das contas, as companhias que optaram por incluir seus colaboradores nos seus planos, que os fazem sentir-se parte das suas ideias, que se preocupam em capacitá-los, que entendem seu melhor modelo de produzir individualmente que decidiram instigar seus times não a competição, mas a colaborar mutuamente são as que tem mais sucesso na satisfação e resultado.
A cultura de empresa que foca no funcionários rende mais
Recentemente, tive a grata felicidade de estar trabalhando com uma dessas empresas. Garanto que elas têm os mesmos problemas de qualquer empresa e talvez outros que os modelos tradicionais nem conheçam, o diferencial é que podemos encontrar com mais facilidade pessoas que amam o que fazem.
E isso não tem a ver com motivação apenas, mas com recompensas que vão além da grana. Não existe dinheiro algum que bonifique a sensação de sentir-se útil e pertencer a um local de trabalho saudável.
A cultura da empresa é o seu RG. E por mais que tentem falsificar um documento, sempre tem alguém para desmascarar e comparar a foto com o rosto. Muitas empresas vivem de foto. Outras não se preocupam com o rosto. E os colaboradores? Bem, eles buscam apenas a autenticidade.
Nem todas as empresas precisam ser igual ao Google, mas todas precisam entender que seus funcionários são a parte principal dela. E se trouxerem um pouco de espaço, liberdade criativa e capacitação estarão formando um time imbatível. Este é o ponto.
O autor
Murillo Leal é jornalista, palestrante e top voice Linkedin. Com mais de 217 mil seguidores, ele é colunista do Rock Content, copywriter da Blanq Tecnologia e fundador da Staff Digital, uma empresa focada em educação corporativa, serviços digitais e consultoria.
Wilgen e o time da alugha!
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